Empreendedores socioambientais precisam de um Código de Ética
Desde o Fórum Econômico da América Latina, em PuertoVallarta, no México, depois no da China e agora em Davos, nas reuniões de empreendedores sociais da Rede Schwab, oragnaizadora do Fórum Econômico, temos discutido muito sobre conceitos de empresa social e empreendedor social, governança, investimento de impacto social e também sobre o futuro do empreendedorismo social.
Esta semana, em Davos, tivemos uma excelente discussão em grupos sobre o futuro do empreendedor social, na qual três ambientes foram simulados: um positivo, um negativo e um em desenvolvimento, tomando-se como base 2018 a 2030.
Eu, particularmente, estive no grupo de cenário negativo, onde pontuamos três pontos extremamente perigosos:
1. alta lucratividade do negócio social;
2. aproveitamento da causa como negócio lucrativo (roupagem social);
3. utilização do impacto e/ou negócio social como enriquecimento/promoção individual ou da organização.
E, como solução para evitar esses pontos perigosos, argumentei que o mais importante e fator decisivo para sobrevivência do empreendedorismo social está na importância intrínseca do “valor social”.
Ou seja, se o empreendedor social não tem dentro de si o conceito e a missão de valor social, nada adianta discutirmos sobre empreendedor social, pois, se o “valor capturado” (interesses pessoais ou financeiros) for maior que o “valor social”, estamos falando de “roupagem social para autopromoção ou qualquer outro interesse exíguo”.
De forma prática, discutimos que é preciso estabelecer um Código de Ética do Empreendedor Socioambiental, tal como na Medicina temos o Código de Ética Médica, que todo médico conhece e pode ser resumido com as três palavras perigosas: “omissão, imperícia e imprudência são crimes condenáveis”.
Outros acrescentaram a importância da transparência nas finanças, na governança e nos processos, além de ferramentas de controle de impacto social de cada projeto ou organização.